segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Queda Prohibido

"A Alguem muito especial"


Queda prohibido llorar sin aprender,
levantarse un dia sin saber que hacer,
tener miedo a tus recuerdos.
Queda prohibido no sonreír a los problemas,
no luchar por lo que quieres,
abandonarlo todo por miedo,
no convertir en realidad tus sueños.
Queda prohibido no demostrar tu amor,
hacer que alguien pague tus deudas y el mal humor.
Queda prohibido dejar a tus amigos,
no intentar comprender lo que vivieron juntos
llamarles solo quando necesitas.
Queda prohibido no ser tú ante la gente,
fingir ante las personas que no te impotan,
hacerte el gracioso con tal de que te recuerden,
olvidar a toda la gente que te quíere.
Queda prohibido no hacer las cosas por ti mismo,
tener miedo a la vida y a sus compromissos,
no vivir cada dia como si fuera un ultimo suspiro.
Queda prohibido echar alguien de menos sin
alegrarte, olvidar sus ojos, su risa,
todo porque sus camiños han dejado de abrazarse,
olvidar su pasado y pagarlo con su presente.
Queda prohibido no intentar comprender a las personas,
pensar que sus vidas valen mas que la tuya,
no saber que cada uno tiene su camiño e su dicha.
Queda prohibido no crear tu historia,
no tener un momento para la gente que te necesita,
no comprender que lo que la vida te da, tambien te lo quita.
Queda prohibido no buscar tu felicidad,
no vivir tu vida con una actitud positiva,
no pensar en que podemos ser mejores,
no sentir que sin ti  este mundo no seria igual.

Pablo Neruda.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

LADAINHA DOS PÓSTOMOS NATAIS

T.J.
 
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio
 
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido
 
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo
 
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguem meu conhecido
 
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja verso deste livro
 
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o NADA a sós comigo
 
Há-de vir um  Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido
 
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o NADA retome a cor do Infinito.
 
David Mourão Ferreira

domingo, 23 de dezembro de 2012

Wish you...


Merry Christmas
Happy 2013

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

SONETO DA SEPARAÇÃO

T.J.´
 
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
 
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a ultima chama
E da  paixão fez-se o pressentimento
E do momento imovel fez-se o drama.
 
De repente, não mais que de repente
fez-se de triste o que fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
 
Fez-se do amigo próximo distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
 
 
Vinícios de Moraes




quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A DANÇA -Pablo NERUDA

T.J.
Não te amo como se fosse a rosa de sal, topázio
ou flechas de cravos que propagam o fogo:
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma:
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
E graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
Te amo assim directamente  sem  problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar  de outra maneira,
senão assim deste modo que não sou nem és,
tão pertro que tua mão sobre o meu peito é minha,
tão perto que se fecham  teus olhos com meu sonho.
Antes de amar-te, amor, nada era meu.
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava
E conheci salões cinzentos,
túneis habitados pela lua,
Hangares crueis que se dependiam
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
caído, abandonado, decaído,
Tudo era inalianavelmente alheio,
Tudo era de outros e de ninguem,
Até qua a tua beleza e tua pobreza
 de dádivas encheram o outono.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Não Quero mais Que o Dado

T.J.

Do que quero, renego. se o querê-lo
me pesa na vontade. Nada que haja
vale que lhe concedamos
uma atenção que doa.

Meu balde exponho à chuva, por ter àgua
Minha vontade, assim, ao mundo exponho,
recebo o que me é dado,
e o que falta não quero.

O que me é dado quero
depois de dado, grato.
Nem quero mais que o dado
ou que o tido desejo.

Ricardo Reis (Odes)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

QUEDA

T.J.

E eu que sou o rei de toda esta incoerência,
Eu próprio turbilhão, anseio por fixá-la
E giro até partir... Mas tudo me resvala
Em bruma e sonolência

Se acaso em minhas mãos fica um pedaço de ouro,
volve-se logo falso... ao longe o arremesso...
Eu morro de desdém em frente dum tesouro,
Morro à mingua do excesso.

Alteio-me na côr à força de quebranto,
Estendo os braços de alma - e nela me espanto venço!...
Peneiro-me na sombra - em nada me condenso...
Agonias de luz eu vibro ainda entanto

Não me pude vencer, mas posso-me esmagar,
- Vencer às vezes é o mesmo que tombar -
E como inda sou luz, um grande retrocesso,
em raivas ideais ascendo até ao fim:
Olho do alto o gelo, ao gelo me arremesso

    .............

Tombei...
 
  E fico só esmagado sobre mim!...


Mário de Sá Carneiro (Dispersão)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DE PROFUNDIS

T.J.
 
Mais um ano, um dia, um instante-
e as vias qua via adiante
Somem, de sob meu passo errante.
Mais um ano, um sonho, outro sono-
e sob a terra serei dono
dos ossos que dormem em torno
 
LUCIAN BLAGA


sábado, 24 de novembro de 2012

ouvindo....


ESCRITO D E MEMÓRIA

T.J.
Formado em direito e solidão,
às escuras te busco enquanto a chuva brilha.
É verdade que olhas, é verdade que dizes.
Que todos temos medo e àgua pura.

A que deuses te devo, se te devo,
que espanto, é este, se há razão para ele?
Como te busco, então se estás aqui,
ou, se não estás, porque te quero tida?
Quais olhos e qual noite?

Aquela
em que estivestes por me dizeres
o teu nome.



Pedro Tamen (Tábua de Matérias)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Nao te quero senão porque te quero

T.J.
Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.

Quero-te só porque a ti te quero,
odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te vêr e amar-te,
como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

Pablo Neruda,

sábado, 27 de outubro de 2012

DEVO-TE

devo-te tanto como um pássaro
deve o seu voo à lavada
planície do céu.

Devo-te a forma
novíssima de olhar
teu corpo onde às vezes
desce o pudor o silencio
de uma palpebra mais nada...

Devo-te o ritmo
de peixe na palavra,
a genesíaca, doce
violencia dos sentidos;
esta tinta de sol
sobre o papel de silencio
das coisas - estes versos
doces, curtos, de abelhas
transportando o polén
levíssimo do dia;
estas formigas na sombra
da propria pressa  entrando
todas em fila no tempo,
uma pergunta frágil
nas antenas, um recado invisível, o peso
que as deixa ser e esquece;
e a tua voz que compunha
uma casa, uma rosa
a toda a volta - ó meu amor vieste
rasgar um sol das minhas mãos!


Vitor Matos e Sá (O silencio e o tempo)

sábado, 20 de outubro de 2012

Não sei...

Não sei se é amor que tens, ou amor que finjes,
O que me dás. Dás-mo, tanto me basta.
Já que não sou por tempo,
seja em jovem por erro.
Pouco os deuses me dão, e o pouco é falso.
Porém, se o dão, falsa que seja, a dádiva
É verdadeira. Aceito,
Cerro os olhos: é bastante
Que mais quero?

Ricardo Reis *in odes*

domingo, 7 de outubro de 2012

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

L'Angoisse

T.J.
Nature, rien de toi ne m'émeut, ni les champs
Nourriciers, ni l'écho vermeil des pastorales
Siciliennes, ni les pompes aurorales,
Ni la,  solennité dolente des couchants.

Je ris de l'Art, je ris de l'Homme aussi, des chants,
Des vers, des temples grecs et des tours en spirales
Qu'étirent dans le ciel vide les cathédrales,
Et je vois du même oeil les bons et les méchants.

Je ne crois pas en Dieu, j'abjure et je renie
Toute pensée, et quant à la vieille ironie,
L'Amour, je voudrais bien qu'on ne m'en parlât plus.

Lasse de vivre, ayant peur de mourir, pareille
Au brick perdu jouet du flux et du reflux,
Mon âme pour d'affreux naufrages appareille.

Poèmes Saturniens - Paul Verlaine

Ouvindo...

CHANSON D'AUTOMNE

T.J.
Les sanglots longs
Des violons
De L'Automne
Blessent mon coeur
D'une langueur
Monotone.
Tout suffocant
Et blême, quand
Sonne l'heure,
Je me souviens
Des jours anciens
Et je pleure;
Et je m'en vais
Au vent mauvais
Qui m'emporte
Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.


Poèmes Saturniens - Paul Verlaine

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Dois...

T.J.
Apenas dois
Dois seres...
Dois objectos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre...
...A  se olhar
Pensar talvez.
"Paralelos que se encontram no infinito"
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois seres.

Pablo Neruda

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

T.J.
Vêr as coisas até ao fundo...
E se as coisas não tiverem fundo?

Ah, que bela a superfície!
Talvez a superfície seja a essência
E o mais que a superfície seja o mais que tudo
E o mais que tudo não é nada.

Ó face do mundo, só tu, de todas as faces,
És a própria alma que refletes.

Alvaro de Campos



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

T.J.
Sou eu, eu mesmo,tal qual resultei de tudo.
Espécie de acessório ou sobressalente próprio.
Sou eu aqui em mim, sou eu.
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou,
Quanto quiz, quanto não quiz, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade em mim.

Alvaro de Campos

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

domingo, 19 de agosto de 2012

MAGNIFICAT

T.J.
Quando é que passará esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará esse drama sem teatro,
Ou esse teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida,
Quem tens lá no fundo?
É  esse! É esse!
Esse mandará como Josué parar o sol e eu acordarei;
E então será dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!

Alvaro de Campos

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

sábado, 30 de junho de 2012

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mais um Painel...


T.J.
(colagem e pintura - acrilico s/madeira).

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Amor Antigo

T.J.

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige, nem pede. Nada espera,
mas do destino não nega a sentença.
O amor antigo tem raizes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda a parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor

Carlos Drumont de Andrade.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Se Cada Dia Cai

T.J.

Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.
Há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência

Pablo Neruda

sábado, 12 de maio de 2012

Mais trabalhos

T.J.
Colagem e pintura acrilico s/madeira

sexta-feira, 11 de maio de 2012

quinta-feira, 3 de maio de 2012

terça-feira, 1 de maio de 2012

The Last Time...

SOU UM EVADIDO

T.J.

Sou um evadido.
Logo que nasci
fecharam-me em mim
Ah, mas eu fugi.
Se a gente se cansa
do mesmo lugar,
do mmesmo ser
Porque não se cansar?
Minha alma procura-me
mas eu ando a monte,
oxalá que ela
nunca me encontre.
Ser um é cadeia
ser eu é não ser.
Viverei fugindo
Mas vivo a valer.

Fernando Pessoa

domingo, 29 de abril de 2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

domingo, 22 de abril de 2012

OUVINDO...

Os meus trabalhos...

T.J.
Pintura: acrilico s/tela.

domingo, 15 de abril de 2012

sábado, 14 de abril de 2012

PAINEL

T.J.
Trabalho de colagem em madeira pintado a acrilico

sexta-feira, 6 de abril de 2012




T.J.


Não perturbes a paz que me foi dada.


Ouvir de novo a tua voz


seria matar a sede


com agua salgada...




Miguel Torga.

terça-feira, 20 de março de 2012

INSTALAÇÃO

Fig. pronta para instalação


Trabalho a apresentar no atelier de Novas Tecnicas em Pintura.(Instalação)

segunda-feira, 12 de março de 2012

domingo, 4 de março de 2012

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Eu não tenho filosofia:

T.J.


Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.

Mas porque a amo, e amo-a por isso,

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem porque ama, nem o que é amar...


Alberto Caeiro

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

ANTONI TÀPIES (1923 - 2012)


Foi hoje o seu ultimo dia... mas a sua obra não o deixará esquecer!!!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

POEMA PATÉTICO

T.J.


Que barulho é esse na escada?

É o amor que está acabando,

é o homem que fechou a porta

e se enforcou na cortina.

Que barulho é esse na escada?

É Guiomar que tapou os olhos

e se assoou com estrondo.

É a lua imóvel sobre os pratos

e os metais que brilham na copa.

Que barulho é esse na escada?

É a torneira pingando agua,

é o lamento imperceptível

de alguem que perdeu no jogo

enquanto a banda de musica

vai baixando, baixando o tom.

Que barulho é esse na escada?

É a virgem com um trombone,

a criança com um tambor,

o bispo com uma campaínha

e alguem abafando o rumor

que salta do meu coração.


Carlos Drummond de Andrade

sábado, 14 de janeiro de 2012

sábado, 7 de janeiro de 2012

LUZ DE ONTEM

T.J.

Procuro, não sei o que procuro. Procuro

no céu passado, a véspera extinta. Meu rosto

vai tão baixo, que antes nos céus ia exposto!

Procuro, não sei o que procuro. Procuro

auroras idas, que jorravam inflamadas

fontes - hoje com aguas presas derrotadas.

Procuro, não sei o que procuro. Procuro

a grande hora que em mim restou sem figura

como em um cântaro morto um fim de abertura.

Procuro, não sei o que procuro, sob estrelas [de ontem,

sob as que passaram, procuro

a luz apagada que ainda enalteço.


Lucian Blaga.