J'aurais pu vivre sans toi
Vivre seul
Qui parle
Qui peut vivre seul
Sans toi
Qui
Être en dépit de tout
Être en dépit de soi
La nuit est avancée
Comme un bloc de cristal
Je me mêle à la nuit.
"Les mains libres" -Paul Éluard
sábado, 26 de dezembro de 2009
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
SANS TOI
Le soleil des champs croupit
Le soleil des bois s'endort
Le ciel vivant disparait
Et le soir pèse partout
Les oiseaux n'ont qu'une route
Toute d'immobilité
Entre quelques branches nues
Où vers la fin de la nuit
Viendra la nuit de la fin
L'inhumaine nuit des nuits
Le froid sera froid en terre
Dans la vigne d'en dessous
Une nuit sans insomnie
Sans un souvenir du jour
Une merveille ennemie
Prête à tout et prête à tous
La mort ni simple ni double
Vers la fin de cette nuit
Car nul espoir n'est permis
Car je ne risque plus rien
Le soleil des bois s'endort
Le ciel vivant disparait
Et le soir pèse partout
Les oiseaux n'ont qu'une route
Toute d'immobilité
Entre quelques branches nues
Où vers la fin de la nuit
Viendra la nuit de la fin
L'inhumaine nuit des nuits
Le froid sera froid en terre
Dans la vigne d'en dessous
Une nuit sans insomnie
Sans un souvenir du jour
Une merveille ennemie
Prête à tout et prête à tous
La mort ni simple ni double
Vers la fin de cette nuit
Car nul espoir n'est permis
Car je ne risque plus rien
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
ESCAVO O RASTO DOS TEUS PASSOS
O mundo
derrama-se
na cavidade que fica,
volto a amar-te
no limite febril de mim mesmo,
tu folheias, agora terra fina,
os meus remotos
testemunhos.
(A Morte é uma Flôr-Paul Celan)
derrama-se
na cavidade que fica,
volto a amar-te
no limite febril de mim mesmo,
tu folheias, agora terra fina,
os meus remotos
testemunhos.
(A Morte é uma Flôr-Paul Celan)
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
HÀ SEMPRE UM TEMPO ANTES DO TEMPO
Mas eu que não tenho memória de Paraísos Perdidos
Nem busco Terras Prometidas
Recuso a ideia de Deus,
essa Divindade cruel e caprichosa,
sem motivo convincente
que permite neste mundo o supremo escândalo
de crianças com fome,
crianças que sofrem e morrem
Defronto esse absurdo
"abismo sem fim, colocado diante do ser humano."
Estarei sempre do lado dos outros
declarar o meu inconformismo
face à impotência humana contra a morte
A minha meta é o presente, aqui e agora
O passado, são àguas passadas.Que enterrem os seus mortos.
O futuro trará os seus cuidados
Não me pertence. Não me pertencerá.
Esse o meu compromisso com a vida.
A minha liberdade de escolher
os meus caminhos
Os meus rios.
A liberdade de recusar adiar a hora de viver
Não evito o presente
Pepetela.
Nem busco Terras Prometidas
Recuso a ideia de Deus,
essa Divindade cruel e caprichosa,
sem motivo convincente
que permite neste mundo o supremo escândalo
de crianças com fome,
crianças que sofrem e morrem
Defronto esse absurdo
"abismo sem fim, colocado diante do ser humano."
Estarei sempre do lado dos outros
declarar o meu inconformismo
face à impotência humana contra a morte
A minha meta é o presente, aqui e agora
O passado, são àguas passadas.Que enterrem os seus mortos.
O futuro trará os seus cuidados
Não me pertence. Não me pertencerá.
Esse o meu compromisso com a vida.
A minha liberdade de escolher
os meus caminhos
Os meus rios.
A liberdade de recusar adiar a hora de viver
Não evito o presente
Pepetela.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
S/Título
Neste espaço a si próprio condenado
Dum momento para o outro pode entrar
Um pássaro que levante o céu
e sustente o olhar.
Alexandre O'Neil
Dum momento para o outro pode entrar
Um pássaro que levante o céu
e sustente o olhar.
Alexandre O'Neil
domingo, 1 de novembro de 2009
O OUTRO
Feridas mais fundas do que em mim
abriu em ti o silêncio,
estrelas maiores
enredam-te na rede dos seus olhares,
cinza mais branca
repousa sobre a palavra em que acreditaste
abriu em ti o silêncio,
estrelas maiores
enredam-te na rede dos seus olhares,
cinza mais branca
repousa sobre a palavra em que acreditaste
O OUTRO
Feridas mais fundas do que em mim
abriu em ti o silêncio,
estrelas maiores
enredam-se na rede dos seus olhares,
cinza mais branca
repousa sobre a palavra em que acreditaste.
abriu em ti o silêncio,
estrelas maiores
enredam-se na rede dos seus olhares,
cinza mais branca
repousa sobre a palavra em que acreditaste.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Problema de Expressão
Só p'ra dizer que te amo,
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.
Devia ser como no cinema,
a lingua inglesa fica sempre bem,
e não atraiçoa ninguém.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
como o mar está do céu
Só p'ra dizer que te amo,
não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.
E até nos momentos em que digo o que não quero
e o que sinto por ti são coisas confusas
que até parece que estou a mentir,
as palavras custam a sair.
Não digo o que estou a sentir,
digo o contrário do que etou a sentir.
O teu mundo está tão perto do meu,
e o que digo está tão longe,
como o mar está do céu
E é tão difícil dizer amor!
é bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
para resolver o meu problema de expressão,
P'ra ficar mais perto, bem mais de perto
ficar mais perto, bem mais de perto....
Clã-Problema de expressão
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.
Devia ser como no cinema,
a lingua inglesa fica sempre bem,
e não atraiçoa ninguém.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
como o mar está do céu
Só p'ra dizer que te amo,
não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.
E até nos momentos em que digo o que não quero
e o que sinto por ti são coisas confusas
que até parece que estou a mentir,
as palavras custam a sair.
Não digo o que estou a sentir,
digo o contrário do que etou a sentir.
O teu mundo está tão perto do meu,
e o que digo está tão longe,
como o mar está do céu
E é tão difícil dizer amor!
é bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
para resolver o meu problema de expressão,
P'ra ficar mais perto, bem mais de perto
ficar mais perto, bem mais de perto....
Clã-Problema de expressão
terça-feira, 13 de outubro de 2009
He smothers thee with the down of Phoenixes
Curvo-me sobre o papel
Como se fosse o teu corpo
Como se fosse o teu peito
Precipito-me
Debato-me
Projecto-me
Lanço-me invisível
Caio por ti fora
Atravesso-te violenta
O desejo violenta
Uma já fria febre me ilumina
Ah, sufoscas-me com plunas de Fénix
Ana Hatherly
Como se fosse o teu corpo
Como se fosse o teu peito
Precipito-me
Debato-me
Projecto-me
Lanço-me invisível
Caio por ti fora
Atravesso-te violenta
O desejo violenta
Uma já fria febre me ilumina
Ah, sufoscas-me com plunas de Fénix
Ana Hatherly
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
ELEIÇÕES
Tinha feito promessa de não mais falar em Eleições,mas..., tenho que confessar que depois destas me apetece dizer:
"Desta vez não mudaram nem as moscas nem a m...a!!!"
"Desta vez não mudaram nem as moscas nem a m...a!!!"
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
SEGREDO
Queria dizer-te
daquele pequeno segredo
que guardo nas dobras da alma.
Se te encontrasse
se soubesse coordenadas
do teu rasto, pista para a ti chegar...
Queria trazer-te
notícias deste degredo,
casulo onde procuro a calma.
Se te avistasse
se de ti visse as pegadas
na terra húmida que tenho que pisar...
Só um pequeno segredo
na pista das pegadas do teu rasto,
noticia deste casulo em terra húmida.
daquele pequeno segredo
que guardo nas dobras da alma.
Se te encontrasse
se soubesse coordenadas
do teu rasto, pista para a ti chegar...
Queria trazer-te
notícias deste degredo,
casulo onde procuro a calma.
Se te avistasse
se de ti visse as pegadas
na terra húmida que tenho que pisar...
Só um pequeno segredo
na pista das pegadas do teu rasto,
noticia deste casulo em terra húmida.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
DISTÂNCIA
É grande a distância que nos separa,
estará mais perto o mar da lua?
Na imensidão do tempo,
a iternidade é igual a nós!
Nunca nos chegaremos a encontrar!!!
estará mais perto o mar da lua?
Na imensidão do tempo,
a iternidade é igual a nós!
Nunca nos chegaremos a encontrar!!!
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
QUEDA
Não é em vão que sonho!
Mas no sonho vôo em vão.
Subo inebriada até ao infinito,
mas partem-se-me as asas.
Tombo do alto!
Então vejo que o Céu é para quem pode,
não para quem quer!
Mas no sonho vôo em vão.
Subo inebriada até ao infinito,
mas partem-se-me as asas.
Tombo do alto!
Então vejo que o Céu é para quem pode,
não para quem quer!
sábado, 26 de setembro de 2009
TEUS OLHOS
Veículos à desfilada pelos meus sentidos,
Fonte onde bebo e mato a sede,
Lugar onde meus passos andam perdidos.
Calor que me aconchega , me aquece!
Múrmurios da àgua à correria louca no rio.
Brisas de vento cálido , que em noites de verão me afagam.,
Patético imaginário
que me faz vêr o pálido luar, como braseiro incandescente,
me queima o corpo e a alma!
Fonte onde bebo e mato a sede,
Lugar onde meus passos andam perdidos.
Calor que me aconchega , me aquece!
Múrmurios da àgua à correria louca no rio.
Brisas de vento cálido , que em noites de verão me afagam.,
Patético imaginário
que me faz vêr o pálido luar, como braseiro incandescente,
me queima o corpo e a alma!
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
LEGISLATIVAS
Há já alguns anos, que me foi dado o previlégio de poder exercer o meu dever de cidadã. VOTAR...
Sempre o fiz convicta de que estaria a fazer o melhor pelo meu país, pelas necessidades do povo a que orgulhosamente pertenço e porque não? Por alguma ideologia política.
Está agora chegado o momento de novamente praticar esse acto de civismo.
O que fazer???
Confesso que em nenhuma das vezes em que fui votar, me senti tão indecisa em relação a esse acto. Seja porque não vislumbro nenhuma mudança de estratégia de governo (se este continuar), seja porque as alternativas não me mostram garantias dessa mesma mudança, o certo é que em diversas ocasões, dou comigo a pensar sériamente no que vou fazer, sem chegar a nenhuma conclusão.
Pergunto-me:
-Votar sim, mas para quê? Valerá a pena?
-Votar sim, mas em quem? Está tanto mal feito, que não sei se haverá quem ponha de pé o que foi atirado por terra!
PORTUGAL!!!
Sempre o fiz convicta de que estaria a fazer o melhor pelo meu país, pelas necessidades do povo a que orgulhosamente pertenço e porque não? Por alguma ideologia política.
Está agora chegado o momento de novamente praticar esse acto de civismo.
O que fazer???
Confesso que em nenhuma das vezes em que fui votar, me senti tão indecisa em relação a esse acto. Seja porque não vislumbro nenhuma mudança de estratégia de governo (se este continuar), seja porque as alternativas não me mostram garantias dessa mesma mudança, o certo é que em diversas ocasões, dou comigo a pensar sériamente no que vou fazer, sem chegar a nenhuma conclusão.
Pergunto-me:
-Votar sim, mas para quê? Valerá a pena?
-Votar sim, mas em quem? Está tanto mal feito, que não sei se haverá quem ponha de pé o que foi atirado por terra!
PORTUGAL!!!
terça-feira, 22 de setembro de 2009
ROSÁRIO
Amor, as horas que passei contigo
são contas enfiadas uma a uma,
e uma a uma as passo nos meus dedos
Como um rosário...
Cada hora é uma conta, cada conta
oração que as saudades dulcifica;
Mas se o rosário rezo, lá no fim
Surge uma cruz!
ó lembrança que fere e nos consola,
árido ganho, amara perda...Os lábios
em cada conta eu ponho, e hei-de beijar
A cruz também!
"O rosário de Florence Barclay
são contas enfiadas uma a uma,
e uma a uma as passo nos meus dedos
Como um rosário...
Cada hora é uma conta, cada conta
oração que as saudades dulcifica;
Mas se o rosário rezo, lá no fim
Surge uma cruz!
ó lembrança que fere e nos consola,
árido ganho, amara perda...Os lábios
em cada conta eu ponho, e hei-de beijar
A cruz também!
"O rosário de Florence Barclay
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
A Propósito do "MANIFESTO ANTI-DANTAS"
Li hoje num blog que muito aprecio, mas que me escuso de mencionar o nome, por respeito ao seu autor, um excerto do Manifesto Anti-Dantas.
Veio mesmo a propósito do que tinha para escrever.
Desse excerto retirei o seguinte que passo a transcrever:
-Portugal que com todos estes senhores conseguiu a classificação do país mais atrasado da Europa e de todo o mundo!
-O país mais selvagem de todas as Africas!
-O exilio dos degredados e dos indiferentes!
-A Africa reclusa dos Europeus!
-O entulho das desvantagens e dos sobejos!...
E eu acrescento:
-Portugal dos desgraçados que por só terem uns parcos recursos para subsistir, ficam privados de se deslocarem aos centros de saude numa urgência, por não terem uns míseros 5 euros para pagamento do transporte. Passo a explicar o que escrevi...
É com a mais profunda consternação e grandemente revoltada que conto no" Falandhoje" o seguinte:
Fui de manhã abordada por uma visinha, que cheia de vergonha me veio quase implorar que levasse o seu marido(pessoa em fase bastanta adiantada de Cancro), a Cascais ao Centro de Oncologia para ser visto de urgência pelo seu médico, pois não tinham dinheiro para chamar um táxi.
Pobre país este que deixa morrer assim os seus filhos à falta de senhores que não sejam cegos!!!
E assim continua o manifesto:
Portugal há-de abrir os olhos um dia-se é que a cegueira não é incurável e então gritar comigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado...
Veio mesmo a propósito do que tinha para escrever.
Desse excerto retirei o seguinte que passo a transcrever:
-Portugal que com todos estes senhores conseguiu a classificação do país mais atrasado da Europa e de todo o mundo!
-O país mais selvagem de todas as Africas!
-O exilio dos degredados e dos indiferentes!
-A Africa reclusa dos Europeus!
-O entulho das desvantagens e dos sobejos!...
E eu acrescento:
-Portugal dos desgraçados que por só terem uns parcos recursos para subsistir, ficam privados de se deslocarem aos centros de saude numa urgência, por não terem uns míseros 5 euros para pagamento do transporte. Passo a explicar o que escrevi...
É com a mais profunda consternação e grandemente revoltada que conto no" Falandhoje" o seguinte:
Fui de manhã abordada por uma visinha, que cheia de vergonha me veio quase implorar que levasse o seu marido(pessoa em fase bastanta adiantada de Cancro), a Cascais ao Centro de Oncologia para ser visto de urgência pelo seu médico, pois não tinham dinheiro para chamar um táxi.
Pobre país este que deixa morrer assim os seus filhos à falta de senhores que não sejam cegos!!!
E assim continua o manifesto:
Portugal há-de abrir os olhos um dia-se é que a cegueira não é incurável e então gritar comigo, a meu lado, a necessidade que Portugal tem de ser qualquer coisa de asseado...
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
FÉRIAS
O estado de letargia acabou!
acabaram-se os banhos de mar, de sol e tudo o mais que se faz nas férias. Em suma acabou-se a boa vida!!!
Voltámos às correrias, à preocupação de horários, ao stress do quotidiano.
Cá estão mais onze meses de espera das divinas férias...
acabaram-se os banhos de mar, de sol e tudo o mais que se faz nas férias. Em suma acabou-se a boa vida!!!
Voltámos às correrias, à preocupação de horários, ao stress do quotidiano.
Cá estão mais onze meses de espera das divinas férias...
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
PRÍNCIPE
Príncipe
Era de noite quando eu bati à tua porta
e na escuridão da tua casa tu vieste abrir
e não me conheces-te
Era de noite
são mil e umas
as noites em que bato à tua porta
e tu vens abrir
e não me reconheces
porque eu jamais bato à tua porta.
Contudo
quando eu batia à tua porta
e tu vieste abrir
os teus olhos de repente
viram-me
pela primeira vez
como sempre de cada vez é a primeira
a derradeira
instância do momento de eu surgir
e tu veres-me
Era de noite quando eu bati à tua porta
e tu vieste abrir
e viste-me
como um naufrago sussurrando qualquer coisa
que ninguém compreendeu
Mas era de noite
e por isso
tu soubeste que era eu
e vieste abrir-te
na escuridão da tua casa
Ah! era de noite
e de súbito tudo era apenas
lábios palpebras intumescências
cobrindo o corpo de flutuantes volteios
de palpitações trémulas adejando o rosto
Beijava os teus olhos por dentro
Beijava os teus olhos pensados
beijava-te pensando
e estendia a mão sobre o meu pensamento
corria para ti
minha praia jamais alcançada
impossibilidade desejada
de apenas poder pensar-te
São mil e umas
as noites em que não bato à tua porta
e vens abrir-me
Ana Hatherly (Poemas se sigma e contemporaneos)
Era de noite quando eu bati à tua porta
e na escuridão da tua casa tu vieste abrir
e não me conheces-te
Era de noite
são mil e umas
as noites em que bato à tua porta
e tu vens abrir
e não me reconheces
porque eu jamais bato à tua porta.
Contudo
quando eu batia à tua porta
e tu vieste abrir
os teus olhos de repente
viram-me
pela primeira vez
como sempre de cada vez é a primeira
a derradeira
instância do momento de eu surgir
e tu veres-me
Era de noite quando eu bati à tua porta
e tu vieste abrir
e viste-me
como um naufrago sussurrando qualquer coisa
que ninguém compreendeu
Mas era de noite
e por isso
tu soubeste que era eu
e vieste abrir-te
na escuridão da tua casa
Ah! era de noite
e de súbito tudo era apenas
lábios palpebras intumescências
cobrindo o corpo de flutuantes volteios
de palpitações trémulas adejando o rosto
Beijava os teus olhos por dentro
Beijava os teus olhos pensados
beijava-te pensando
e estendia a mão sobre o meu pensamento
corria para ti
minha praia jamais alcançada
impossibilidade desejada
de apenas poder pensar-te
São mil e umas
as noites em que não bato à tua porta
e vens abrir-me
Ana Hatherly (Poemas se sigma e contemporaneos)
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
PARIS Agosto 2009
Cheguei de Paris hà dias e sinto que ao contrário de outras, esta foi uma estadia sem grande história. Isto, porque quase não saí de casa. É quase um crime, bem sei...mas, o propósito que lá me levou, também não foi esse.
Na realidade fui vêr "ALGUEM" que está gravemente doente e precisava de companhia.
Reconheço que foi bem mais gratificante, que vêr umas quantas exposições e museus, ou mesmo passear-me pelos grandes Boulevards a fazer compras.
Grandes melhoras, querida amiga - FORÇA E CORAGEM
Na realidade fui vêr "ALGUEM" que está gravemente doente e precisava de companhia.
Reconheço que foi bem mais gratificante, que vêr umas quantas exposições e museus, ou mesmo passear-me pelos grandes Boulevards a fazer compras.
Grandes melhoras, querida amiga - FORÇA E CORAGEM
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
O que me diz a poesia [FREMITO DO MEU CORPO]
Fremito do meu corpo a procurar-te
Febre das tuas mãos na minha pel
Que cheira a ambar,a baunilha e a mel
Doido anseio dos meus braços a abraçar-te.
Olhos buscando os teus por toda a parte,
Sede de beijos, amargos de fel,
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a farte!
E vejo-te tão longe! Sinto a tua alma
junto da minha, uma lagoa calma,
A dizer-me, a cantar que me não amas...
E o meu coração que tu não sentes,
vai boiando ao acaso das correntes,
Esquife negro sobre o mar de chamas.
FLORBELA ESPANCA
Febre das tuas mãos na minha pel
Que cheira a ambar,a baunilha e a mel
Doido anseio dos meus braços a abraçar-te.
Olhos buscando os teus por toda a parte,
Sede de beijos, amargos de fel,
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a farte!
E vejo-te tão longe! Sinto a tua alma
junto da minha, uma lagoa calma,
A dizer-me, a cantar que me não amas...
E o meu coração que tu não sentes,
vai boiando ao acaso das correntes,
Esquife negro sobre o mar de chamas.
FLORBELA ESPANCA
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
BEM MELHOR
Não reconheço mais o teu rosto.
Não sinto mais o afago das tuas mãos, que eu adoro.
Não mais!
Estás num lugar distante que eu procuro e não encontro.
É bem melhor sermos estranhos neste mundo,
dividirmos este espaço diferente.
É bem melhor!
Não sei mais lêr teus pensamentos, nem saber o que sente a tua alma!
Estamos num lugar vazio.
É bem mais fácil esquecer!
É bem melhor caminhar noutra estrada!
É BEM MELHOR!!!!
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