quinta-feira, 30 de setembro de 2010

EL POZO

A veces te hundes caes
en tu agujero de silencio,
en tu abismo de cólera orgullosa,
y apenas puedes
volver, aún con jirones
do lo que hallaste
en la profundidad de tu existencia.

Amor mio, qué encuentras
en tu pozo cerrado?
Algas, ciénegas, rocas?
Qué ves con tus ojos ciegos,
rencorosa y herida?

Mi vida, no hallarás
en el pozo en que caes
lo que yo guardo para ti en la altura:
un ramo de jasmines con rócio,
un beso mas profundo que tu abismo.

No temas, no caigas
en tu rencor de nuevo.
Sacude la palabra mia que vino a herirte
y déjala que vuele por la ventana abierta.
Ella volverá a herirme
sin que tú la dirijas
puesto que fue cargada con un instante duro
y ese instante será desarmado en mi pecho.

Sonriéme radiosa
si mi boca te hiere
no soy un pastor dulce
como en los cuentos de hadas,
sinon un buen leñador que comparto contigo
tierra,viento y espinas de los montes.

Ámame tú, sonríeme,
ayúdame a ser bueno.
No te hieras en mi, que será inútil,
no me hieras a mi porque te hieras.

Pablo Neruda.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

QUAND LE BLANC NOUS EST TOMBÉ DESSUS, pendant la nuit;
quand de la cruche dispensatrice est venu
plus que de l'eau;
quand le genou écorché
a fait signe à la cloche du sacrifice:
Va, vole!-

Alors
j'étais
encore entier.

Paul Celan (Renverse du Souffle)

domingo, 26 de setembro de 2010

42.

Música
Não hà aqui mais que a que faço`
à boca do silêncio.

Enquanto lá muito em cima,
em não sei que esferas,
cantam uns anjos que não ouço
mas fazem retinir as minhas mãos



Pedro Tamen (O Livro do Sapateiro)

sábado, 25 de setembro de 2010

27.


Incham-me os olhos:

não chorei o bastanta
os caminhos barrados,
os dias que vivi por estes dedos
martelados por engano e erro
anos a fio, noites confundidas
com a cave onde trabalha
o coração real



Pedro Tamen (O livro do Sapateiro)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O LIVRO DO SAPATEIRO

12.

Penso no que de parte pus
no que afastei de sobras, desperdícios, peles,
cordas, colas, pregos, pragas
no dedo martelado

e sei agora
(ah, e quanto tempo passou
como a àgua da ponte
que vai a não sei onde!)
que o que de lado pus
era isso mesmo a ponte,
ponte para este concreto,
pobre mas definido,
sapato de quem o queira.

PEDRO TAMEN

sábado, 18 de setembro de 2010

NUBES I

No habrá una sola cosa que no sea
una nube.Lo son las catedrales
de vasta piedra y biblicos cristales
que el tiempo allanará. Lo és la Odisea,
que cambia como el mar. Algo hay distinto
cada vez que la abrimos. el reflejo
de tu cara ya es otro en el espejo
y el dia és un dudoso laberinto.

Somos los que se van. La numerosa
nube que se deshace en el poniente
es nuestra imagen. Incessantemente
la rosa se convierte en otra rosa.
Eres nube, eres mar, eres olvido.
Eres también aquello que has perdido.

Jorge Luis Borges (De los Conjurados)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

TEMPO

Tempo - definição da angustia.

Pudesse ao menos eu agrilhoar-te
ao coração pulsátil dum poema!

Era o devir eterno em harmonia.
Mas foges das vogais, como a frescura
da tinta co que escrevo.

Fica apenas a tua negra sombra:
- O Passado,
amargura maior fotografada.

Tempo...
e não haver nada,
Ninguém,
Uma alma penada
que estrangule a ampulheta de uma vez!
Que realize o crime e a perfeição
de cortar aquele fio movediço
de areia
que nenhum tecelão
é capaz de tecer na sua teia!

Miguel Torga (Cântico do Homem)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

WARNING SIGN

A warning sign,
I missed the part when I realized,
I started looking and the bubble burst
I started looking for excuses.

Come on in,
I've gotta tell you what a state I'm in
I've gotta tell you in my loudest tones,
that I started looking a warning sign.

When the truth is
I miss you
The truth is
That I miss you so

A warning sign,
You came back to hant me and I realized
that you were an island and I passed you by,
You were an island to discover.

And the truth is,
I miss you
And I'm tired
I should not have let you go.

So I would crawl back into your open arms.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

.....
.....
-O que é que se pode perguntar das pessoas com palavras?
O que vale a resposta que uma pessoa dá com palavras e não com a realidade da sua vida?...
Vale pouco.-São poucas as pessoas cujas palavras correspondem por completo à realidade das suas vidas.
Talvez seja esse o fenómeno mais raro na vida.
...
...
Só penso que conhecer a verdade, adquirir experiências, de nada serve, porque ninguém consegue mudar o seu carácter.Talvez não se possa fazer mais nada na vida que adaptar à realidade com inteligência e cautela essa outra realidade inalterável, o caracter pessoal. È a única coisa que podemos fazer. E mesmo assim, não seríamos mais sábios, nem mais protegidos...

Sándor Márai (As Velas Ardem até ao Fim)