segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

SONETO DA SEPARAÇÃO

T.J.´
 
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
 
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a ultima chama
E da  paixão fez-se o pressentimento
E do momento imovel fez-se o drama.
 
De repente, não mais que de repente
fez-se de triste o que fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
 
Fez-se do amigo próximo distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
 
 
Vinícios de Moraes




Sem comentários:

Enviar um comentário