sábado, 7 de janeiro de 2012

LUZ DE ONTEM

T.J.

Procuro, não sei o que procuro. Procuro

no céu passado, a véspera extinta. Meu rosto

vai tão baixo, que antes nos céus ia exposto!

Procuro, não sei o que procuro. Procuro

auroras idas, que jorravam inflamadas

fontes - hoje com aguas presas derrotadas.

Procuro, não sei o que procuro. Procuro

a grande hora que em mim restou sem figura

como em um cântaro morto um fim de abertura.

Procuro, não sei o que procuro, sob estrelas [de ontem,

sob as que passaram, procuro

a luz apagada que ainda enalteço.


Lucian Blaga.

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