segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DE PROFUNDIS

T.J.
 
Mais um ano, um dia, um instante-
e as vias qua via adiante
Somem, de sob meu passo errante.
Mais um ano, um sonho, outro sono-
e sob a terra serei dono
dos ossos que dormem em torno
 
LUCIAN BLAGA


sábado, 24 de novembro de 2012

ouvindo....


ESCRITO D E MEMÓRIA

T.J.
Formado em direito e solidão,
às escuras te busco enquanto a chuva brilha.
É verdade que olhas, é verdade que dizes.
Que todos temos medo e àgua pura.

A que deuses te devo, se te devo,
que espanto, é este, se há razão para ele?
Como te busco, então se estás aqui,
ou, se não estás, porque te quero tida?
Quais olhos e qual noite?

Aquela
em que estivestes por me dizeres
o teu nome.



Pedro Tamen (Tábua de Matérias)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Nao te quero senão porque te quero

T.J.
Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.

Quero-te só porque a ti te quero,
odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te vêr e amar-te,
como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

Pablo Neruda,