quinta-feira, 6 de maio de 2010

SETE LUAS

Hà noites que são feitas dos meus braços
e um silêncio comum às violetas
e hà sete luas que são sete traços
de sete noites que nunca foram feitas.

Hà noites que levamos à cintura
como um cinto de grandes borboletas
e um risco a sangue na nossa carne escura
duma espada a baínha de um cometa.

Hà noites que nos deixam para trás
enrolados no nosso desecanto
e cisnes brancos que só são iguais
à mais longinqua onda de seu canto

Hà noites que nos levam para onde
o fantasma de nós fica mais perto:
e é sempre a nossa voz que nos responde
e só o nosso nome estava certo

Natália Correia

Sem comentários:

Enviar um comentário