Luas, marfins, instrumentos e rosas,
Traço de Dúrer. lampiões austeros,
Nove algarismos e o cambiante zero.
Devo fingir que existem coisas.
Fingir que no passado aconteceram
Persépolis e Roma e que uma areia
subtil mediu a sorte dessa ameia
Que os séculos de ferro desfizeram.
Devo fingir os arcos e a pira
Da epopeia e os pesados mares
Que corroem da terra os vãos pilares.
Devo fingir que há outros. É mentira.
Só tu existes. Minha desventura,
minha ventura, inesgotável, pura.
J.Luis Borges.
domingo, 25 de abril de 2010
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