segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O que me diz a poesia [FREMITO DO MEU CORPO]

Fremito do meu corpo a procurar-te
Febre das tuas mãos na minha pel
Que cheira a ambar,a baunilha e a mel
Doido anseio dos meus braços a abraçar-te.

Olhos buscando os teus por toda a parte,
Sede de beijos, amargos de fel,
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a farte!

E vejo-te tão longe! Sinto a tua alma
junto da minha, uma lagoa calma,
A dizer-me, a cantar que me não amas...

E o meu coração que tu não sentes,
vai boiando ao acaso das correntes,
Esquife negro sobre o mar de chamas.

FLORBELA ESPANCA

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