segunda-feira, 11 de março de 2013

Soneto de aniversário

Passam-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envelhecida
Diminuamos bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que  vê envelhecer e não  envelhece.

Vinícios de Moraes

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