terça-feira, 20 de julho de 2010

16.

Anda um ai na minha vida
Que me lembra a cada passo
A distância que separa
O que eu digo do que eu faço.

Quem mo deu,
-Partiu!...
Deixou-me na agrura
Interminável e fria
De ter de o guardar
Como único recurso
De poder viver ainda...

Anda um ai na minha vida
Como lágrima que passa,
Que passa,- mas, que finda

Dizê-lo? - nada lucrava.
Guardá-lo?, - morro a senti-lo.

Anda um ai na minha vida
Que me lembra a cada passo
A distância que separa
O que digo do que faço.

António Botto (Dandism0)

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