Sonho. Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentindo-me. Na hora calma
meu pensamento esquece o pensamento,
minha alma não tem alma.
Se existo é um erro eu o saber. Se acordo
parece que erro. Sinto que não sei.
Nada quero, nem tenho, nem recordo.
Não tenho ser nem lei.
Lapso da consciência entre ilusões,
fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,
Coração de ninguém.
Fernando Pessoa.
domingo, 30 de maio de 2010
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