Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante a falta.
Hoje não a lastimo.
Não hà falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada em meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim
Carlos Drummond de Andrade
terça-feira, 4 de maio de 2010
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