sábado, 13 de abril de 2013

Palavras Interditas

 
T.J.
 
.../...
 
As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas suas curvas claras.
 
Doi-me esta àgua, este ar que se respira,
doi-me esta solidão de pedra escura,
estas mãos nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.
 
E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.
 
Eugénio de Andrade (Poesia e Prosa)


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